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Taxa Selic chega a 12,75% e deve subir mais nos próximos meses

O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central reajustou nesta quarta-feira (4) a taxa básica de juros em um ponto percentual. Com isso, a Selic passou de 11,75% para 12,75%.

Esse é o 10º reajuste seguido que o Copom faz nos juros básicos em um ano. A medida visa segurar a alta na inflação do país, que está estimada em 7,65% em 2022, segundo dados divulgados pelo Boletim Focus na última segunda-feira (2).

De acordo com o Comitê, a decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva.

“O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, informou por meio de comunicado.

Além disso, o Comitê enfatizou que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Taxa Selic
Quando a taxa Selic aumenta, a tendência é que outras taxas de juros também aumentem.

Os juros mais altos tornam empréstimos e financiamentos mais caros, e isso inibe o consumo e reduz o poder de compra da população.

Para o analista de head do Travelex Bank, Marcos Weigt, o Copom deverá segurar a Selic nas próximas reuniões. A previsão é que a taxa encerre o ano em 13,25%.

“Pensando em um país que não irá crescer economicamente neste ano, um juro real acima dos 4% é bem alto”, afirma.

“Esse aumento deve acarretar na desaceleração das atividades econômicas”, completou.

Previsões da Selic
Em comunicado, o Copom admitiu que irá reajustar a Selic em menor magnitude na próxima reunião marcada para os dias 14 e 15 de junho. O BC ressaltou as incertezas na conjuntura econômica.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude. O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, afirmou a entidade.

O especialista ainda acredita que o dólar não deverá ser afetado com a decisão do Banco Central. Para o especialista, a chegada das eleições deve pressionar a moeda americana e provocar a desvalorização do Real.

“O dólar não sofrerá com essas decisões e deve permanecer valorizado. Se não mudar nada no mercado internacional, não devemos ter uma valorização do real como vimos nas últimas semanas, que chegou a bater R$ 4,60, principalmente agora em que as eleições começam a ganhar mais espaço”, afirma