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Reforma tributária é prioridade

O próximo presidente da República deve anotar como primeiro item de sua agenda a reforma tributária. Essa é a opinião majoritária entre os dirigentes das 26 empresas premiadas pelo anuário "Valor 1000" em seus setores de atuação. A enquete, que ouviu também a opinião de economistas, classifica por ordem de importância as cinco medidas prioritárias para o novo governo que toma posse em janeiro de 2015.

O segundo item mais votado pelos executivos e empresários são os investimentos em infraestrutura. As parcerias público-privadas, desde que adotem modelos de concessão adequados, contam com a simpatia da maioria dos dirigentes. Pela ordem de votação, os outros três temas que exigem medidas imediatas do próximo presidente são os seguintes: inflação, ajuste fiscal e reforma política. Segundo o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, o avanço no ajuste fiscal abrirá espaço para que a agenda da reforma tributária prospere.

Para os dirigentes das empresas premiadas, o governo a ser eleito este ano deve buscar a estabilidade macroeconômica por meio da reforma do sistema tributário e dos ajustes no câmbio e juros. "A estabilidade abre caminho para incentivar o investimento no país e promover o desenvolvimento", diz Cai Hongxian, presidente da State Grid, campeã do setor de Energia Elétrica. "No curto prazo não está fácil para nós, mas no longo prazo há perspectiva de crescimento."

Vigora entre os executivos e empresários um sentimento negativo sobre o caminho adotado pelo atual governo no combate à inflação. "O sistema [de metas] funcionou muito bem, mas, hoje, fazer qualquer previsão sobre preços, câmbio e inflação demanda uma bola de cristal", diz Newton Simões, presidente da Racional Engenharia, campeã do setor de Construção e Engenharia. Para ele, a situação favorece movimentos especulativos e não é saudável para o crescimento do país.

Marcus Sanchez, vice-presidente de marketing institucional do laboratório EMS, campeão do setor Farmacêutico e de Cosméticos, prevê dificuldades em 2015 decorrentes dos ajustes de rumo necessários para acelerar a economia. Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo, empresa com melhor desempenho no setor de Serviços Especializados, acredita que as previsões excessivamente otimistas ou pessimistas mascaram a situação concreta do país. Para os dirigentes da Hering, Grazziotin, Moinho Anaconda, Coamo, Bayer e Kroton, as dificuldades atuais da economia não alteraram a execução de seus planos de investimentos. A expectativa é de que até o fim das eleições ocorram oscilações no câmbio. Mesmo que o governo atual permaneça no poder, os empresários acreditam que o começo de um novo mandato favorecerá a adoção de mudanças na condução da economia.