Caixa deve lançar nova linha de crédito para consumo focado na baixa renda
A Caixa Econômica deve disponibilizar nas próximas semanas uma nova linha de crédito para o consumo, com foco no público de baixa renda, de acordo com o presidente da Caixa, Carlos Vieira, em entrevista exclusiva à EXAME.
Segundo ele, a ideia é que a análise do cliente para a oferta do financiamento seja feita por meio do “behavior” score, que é uma análise do comportamento do consumo. Essa metodologia considera não só o nome limpo do cliente nos birôs de crédito, mas o histórico de bom pagador de contas de água, luz, telefone e outras despesas.
“Não seria um microcrédito. Seria acesso ao crédito, baseado em behavior. O grande sucesso de alguns varejistas no Brasil se deu nesse processo. O que o cidadão de baixa renda mais preza é o seu cadastro. É ter o nome limpo. Ele vai poder comprar o que ele quiser”, afirmou.
Vieira aposta que essa estratégia também ajudará a Caixa a aumentar a base de clientes considerados fiéis. Atualmente, o banco público tem 150 milhões de clientes, mas somente 20% (30 milhões) são fidelizados.
Oferta de crédito para impulsionar crescimento
O estímulo ao consumo e a oferta de crédito, afirmou Vieira, são fundamentais para o crescimento econômico. Segundo ele, essa é a visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também partilhada por ele.
“O presidente Lula tem uma forma de se comunicar com a sociedade que é muito própria. Eu sempre falo que a equação do crescimento macroeconômico se baseia no conceito de consumo mais investimento. Ou você induz o crescimento do PIB via consumo ou via investimento. Ou os dois juntos", afirma. "O que o presidente Lula fala é que é necessário trazer mais gente para o mundo do consumo. A relação entre crédito e PIB no Brasil caiu em um passado recente. Temos um universo para crescer."
Legislativo protagonista
Indicado para a presidência da Caixa pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Viera afirma que é necessário diálogo constante entre os três Poderes. Segundo ele, o Legislativo recuperou protagonismo no debate político e tem contribuído para o desenvolvimento do país.
“Trouxemos a discussão da relação política para um ambiente em que os Poderes precisam dialogar. Cada um tem sua ferramenta de barganha. O Legislativo tem a sua, o Executivo tem a sua. Mas o Brasil tem que ganhar com isso. Não são as pessoas que têm que ganhar. Eu acho que o grande aspecto é esse. Se a sociedade ganha com um processo desse, muito legal. Eu acho que tem que ser feito um reconhecimento ao Legislativo atual no Brasil, porque ele retomou protagonismos que há 30 anos não aconteciam”, disse.
Novidades sobre a nova linha de crédito devem ser divulgadas em breve.
Com informações adaptadas Exame