Taxa Selic será definida hoje em reunião do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia a primeira reunião do ano em Brasília hoje (31) para definir a taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada na quarta-feira (1º) no final do dia.
Na última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam manter a Selic em 13,75%, mas não excluíram a possibilidade de novos reajustes caso a inflação persista no médio prazo.
Após quedas nos últimos meses, as expectativas de inflação têm subido. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,48% para 5,74% em 2023. Diversos fatores têm contribuído para isso, como a aceleração do IPCA-15, índice que funciona como prévia da inflação oficial, por causa dos preços de alimentos e de gastos que tradicionalmente sobem no início de cada ano, como planos de saúde e cuidados pessoais.
As incertezas em relação aos projetos econômicos do atual governo também têm provocado volatilidade no mercado financeiro, afetando as expectativas para a inflação e os juros.
A meta de inflação para 2023 deve ser acompanhada pelo Banco Central (BC). A definição do Conselho Monetário Nacional é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo terceiro ano consecutivo, a menos que o governo eleve a meta, como tem sido sugerido pela equipe econômica.
Plano externo
Em meio aos receios de uma possível recessão nos Estados Unidos, o Comitê de Política Monetária (Copom) também analisará o ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos. Algumas horas antes do comunicado do Copom, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) divulgará se vai elevar os juros em 0,5 ponto percentual ou 0,25 ponto. Um esfriamento na elevação dos juros nos Estados Unidos reduziria a pressão sobre o Banco Central brasileiro.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) serve de referência para as demais taxas da economia e é o principal instrumento para o Banco Central manter a inflação sob controle no país.
Ela está no ponto mais alto desde janeiro de 2017. Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida e chegou ao menor nível da história em agosto de 2020, que foi de 2% ao ano. Começou a subir novamente em março de 2021, até atingir 13,75% ao ano em agosto de 2022.