Após fala de Guedes, indústria alimentícia afirma que espaço para absorver custo
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) se posicionou após pedidos do presidente Jair Bolsonaro e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, para que o setor tenha o “menor lucro possível” para conter a alta dos preços.
Em nota, a associação que representa a indústria alimentícia afirmou que a capacidade de absorção dos custos é limitada e, para aliviar os preços conforme solicitado pelo governo, sugeriu a redução dos impostos e investimento em infraestrutura.
A entidade, que representa grandes fabricantes de alimentos no país como Arcor, Coca-Cola, Danone, Mondelez, Nestlé e outras, afirmou que o segmento poderia desenvolver suas atividades em um ambiente mais favorável com impactos positivos nos preços com a redução da carga tributária.
A nota explica ainda que a alta dos preços no Brasil não é algo exclusivo do nosso mercado e sim um fenômeno global, citando motivos externos que impactam no setor.
“Após mais de dois anos de sucessivas altas nos custos de produção, a capacidade de a indústria de alimentos absorver custos é limitada. Matérias-primas, embalagens e energia representam 60% do custo de produção dos alimentos, e as altas desses insumos geram reflexos em todos os elos da cadeia produtiva”, explica a Abia em nota.
O comunicado ainda sugere a redução temporária nos impostos de importação de materiais de embalagens e insumos, podendo contribuir para o abastecimento interno, minimizando os impactos nos custos de produção e valor final que chega aos clientes.
A associação afirma que é “fundamental – e urgente – a adoção de medidas governamentais para ampliar a disponibilidade de matérias-primas essenciais à produção de alimentos”.
Com essas mudanças, a Abia acredita que a produção poderia ser mais eficiente, gerando mais empregos, arrecadando impostos, reduzindo a pressão sobre os custos de produção e que, por fim, podem impactar no preço final encontrado nos mercados.