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Inflação: Ipea eleva projeção deste ano de 5,6% para 6,5%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério da Economia, divulgou sua nova projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do país, para 6,5% em 2022.

O índice, até então, estava sendo projetado em 5,6%, que já havia sido reajustado e aumentado em fevereiro deste ano.

Em relatório publicado nesta quinta-feira (31), os pesquisadores do Ipea explicaram que, “mesmo diante de um comportamento mais benevolente do câmbio, a revisão se deve à manutenção da trajetória de alta das commodities no mercado internacional, aliada ao impacto da guerra (na Ucrânia) sobre os preços do petróleo e aos efeitos climáticos sobre a produção doméstica de alimentos”.

O texto ainda deu ênfase aos preços de alimentos, e o instituto elevou a projeção para a variação dos preços de alimentos no domicílio no IPCA de 2022 para 9,1%, ante 6,1% anteriormente.

Segundo os pesquisadores, o comportamento dos alimentos no domicílio é o que mais vem surpreendendo negativamente.

O segmento já estava sendo afetado pelos efeitos do fenômeno La Ninã nas plantações, e agora ainda há o impacto da Guerra da Rússia sobre produção de milhos e trigo, além do custo dos fertilizantes, devendo pressionar os valores ao longo deste primeiro semestre.

Apesar das seguidas revisões para cima nas projeções para o IPCA deste ano, os pesquisadores do Ipea lembram que a tendência de desaceleração se mantém. Afinal, mesmo uma alta de 6,5% ficaria bastante abaixo dos 10,1% registrados em 2021.

A desaceleração continuará por 2023, e segundo a projeção do Ipea, o IPCA do próximo ano ficará em 3,6%.

Isso permitirá um alívio na política monetária. Para os pesquisadores do Ipea, o Banco Central (BC) ainda elevará a taxa básica Selic, dos atuais 11,75% ao ano, a 12,75% ao ano.

Esse nível permanecerá até o fim de 2022, mas a taxa será ajustada para baixo ao longo de 2023. O Ipea espera que a Selic termine o próximo ano em 9,0% ao ano.