13/05/2016 - Contabilidade Gerencial: é possível assumir mais essa responsabilidade?
Os Fiscos poderiam otimizar as suas obrigações acessórias, principalmente eliminando as informações repetidas, a falta de uniformidade dos procedimentos junto aos órgãos federais, municipais e estaduais, que tornam o trabalho demorado e oneroso.
Nem sempre é fácil dar conta de todas as atribuições que a profissão nos imbui, especialmente em momentos de crise, quando temos muito mais trabalho, com uma equipe reduzida. Dia após dias, há obrigações acessórias a serem cumpridas, com prazos apertados, um mundo de detalhes que não podem ser esquecidos e, ainda, é preciso pensar na gestão do próprio escritório, quando é este o caso.
Por isso, é mais fácil falar sobre Contabilidade Gerencial do que conseguir colocá-la em prática, pois demandam tempo, análise e dedicação. Mas essa é uma tarefa impossível?
Segundo Claudinei Tonon, Contador vice-diretor Cultural do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP, apesar da dificuldade, é possível fazer Contabilidade Gerencial. “Apesar de ser muito difícil ainda conseguir colocar essa ferramenta em prática, as mudanças na profissão, as necessidades do mercado e a concorrência se tornaram um fator que estimula a prestação de mais esse serviço”, explicou.
A falta de preparo dos profissionais Contábeis também é um fator que atrapalha o desenvolvimento da Contabilidade Gerencial dentro das empresas, segundo Milton Medeiros, conselheiro Fiscal suplente do Sindcont-SP. Por isso, é preciso se capacitar para prestar um serviço de qualidade, completo.
“No contexto das novas tecnologias, tenho notado vantagens em adotar os softwares contábeis, que garantem migração para as mais diversas plataformas exigidas pelos governos federal, estaduais e municipais. A qualificação constante e a interação com órgãos de classe, como o Sindcont-SP, têm sido outros pontos de apoio dos Profissionais de Contabilidade, é impossível sobreviver no mercado sem preparar equipes e sem interagir com outros profissionais e com os órgãos que estão atentos às mudanças da profissão.”
Não há receita pronta para que o Contador consiga equilibrar as exigências do Fisco e a dedicação ao desenvolvimento dos negócios dos seus clientes. Medeiros explica que, entre os principais motivos que influenciam o segmento está a inclusão de novos processos (como o Sped contábil, eSocial, ECF e EFD), a digitalização dos procedimentos e a nova organização empresarial, que está passando a usar os balanços contábeis na estruturação do plano de negócios). "Escritórios que cobravam muito abaixo do preço não vão conseguir sobreviver e para captar clientes a um preço maior deverão ter a estrutura necessária para cumprir o padrão exigido”.
Para possibilitar o trabalho do Contador em prol das empresas, os Fiscos poderiam otimizar as suas obrigações acessórias, principalmente eliminando as informações repetidas e a falta de uniformidade dos procedimentos junto aos órgãos federais, municipais e estaduais, que tornam o trabalho demorado e oneroso. “O Governo sinaliza com algumas mudanças a curto prazo que podem melhorar um pouco e otimizar o nosso trabalho , mas ainda é bem tímido, precisamos de urgência para que nosso trabalho possa render mais e ai dar uma assistência melhor ao nosso cliente”, afirmou Claudinei Tonon.